No mercado financeiro, a acumulação e a distribuição são conceitos associados à análise técnica, que é uma abordagem que utiliza gráficos e indicadores para entender o comportamento dos preços, apesar de ser possível também sua identificação sem indicadores, somente baseando-se na movimentação plotada pelo gráfico. Esses conceitos estão frequentemente relacionados a padrões de preços e volumes de negociação, podendo vez ou outra ser equivocadamente trocados os nomes pelos traders não muito conhecedores sobre o assunto; muitos invertem o significado real do range, afirmando veementemente a nomenclatura e conceito. Aqui estão breves explicações de cada um:
Teoria 1
Acumulação:
Definição: A acumulação ocorre quando os investidores estão gradualmente comprando uma determinada segurança ao longo do tempo.
Volume: Durante a acumulação, você pode observar um aumento no volume de negociação, mas os preços podem não subir significativamente. Os compradores estão silenciosamente acumulando posições antes de uma potencial valorização.
Distribuição:
Definição: A distribuição ocorre quando os investidores estão gradualmente vendendo uma determinada segurança ao longo do tempo.
Volume: Durante a distribuição, você pode notar um aumento no volume de negociação, mas os preços podem não cair drasticamente imediatamente. Os vendedores estão discretamente descarregando suas posições antes de uma possível desvalorização.
Por que motivo os traders confundem essas nomenclaturas de DISTRIBUIÇÃO e ACUMULAÇÃO
Certamente é por que estudam o conteúdo pertinente e concluem isso inflexivelmente, já que não é algo difícil de entender. O ensinamento geral é o seguinte:
Teoria 2
ACUMULAÇÃO: “A acumulação geralmente ocorre durante uma tendência de baixa ou em um período de consolidação lateral, quando os preços estão se movendo em uma faixa de negociação. Durante uma tendência de baixa, os traders ou investidores podem começar a acumular uma determinada segurança à medida que os preços se aproximam de níveis considerados atrativos ou de suporte.
As fases de acumulação muitas vezes ocorrem após um declínio prolongado nos preços, quando os investidores ou traders percebem que os ativos estão subavaliados em relação ao seu valor intrínseco. Durante esse período, compradores começam a entrar no mercado, acumulando posições antes de uma possível reversão da tendência.
Em resumo, a acumulação é mais comumente associada a uma tendência de baixa, embora também possa ocorrer durante períodos de consolidação lateral, quando os preços estão se movendo em uma faixa estreita. É importante observar que a análise técnica, incluindo a identificação de fases de acumulação, é uma ferramenta interpretativa e não há garantia de que a tendência continuará ou se reverterá com base nessas observações.”
DISTRIBUIÇÃO: “A distribuição geralmente ocorre durante uma tendência de alta. Durante uma tendência ascendente, os traders ou investidores que estiveram envolvidos desde estágios anteriores podem começar a vender parte ou a totalidade de suas posições à medida que os preços atingem níveis que consideram elevados. Essa venda pode criar pressão de venda no mercado, contribuindo para a formação de uma fase de distribuição.”
Estudando esses conceitos sem realmente se atentar às particularidades de situações prováveis, ao entendimento completo sobre o assunto, assim o trader associa inflexivelmente ACUMULAÇÃO à tendência de baixa, e DISTRIBUIÇÃO à tendência de alta, independentemente do comportamento do PRICE ATION.
Qual teoria faz mais sentido
Geralmente, encontra-se muito conteúdo bibliográfico e artigos sobre mercado financeiro defendendo a teoria 2, mas o mais correto e indicado, é considerar a teoria 1. A teoria 2 estaria plenamente correta se estivesse se tratando apenas da fase final de uma tendência, que realmente faz juz chamar sua formação característica de DISTRIBUIÇÃO na tendência de alta e ACUMULAÇÃO da tendência de baixa.
Em uma tendência, há as fases de IMPULSÃO e CORREÇÃO ou RETRAÇÃO; toda tendência é assim, e mesmo que não demonstre isso em um determinado período gráfico, em outro gráfico de grau menor isso será evidenciado. Sabendo disso, por exemplo, saindo de uma tendência de baixa e acumulação de final de tendência, agora estando em uma tendência de alta se formando, qualquer range formado a seguir será primeiramente analisado como uma ACUMULAÇÃO, até que o price action prove o contrário. Fazendo isso, você estará analisando essa RETRAÇÃO como uma CORREÇÃO, que é a análise correta a ser feita. Essa correção pode formar uma movimentação corretiva de range do tipo ABC ou mais complexa, ou simplesmente pode ser um movimento único, direto, não formando um range. O que comprova esse método de análise é o price action, ou seja, em uma tendência de alta, espera-se que esse range seja rompido para cima, e se for assim, apenas confirma-se a análise prévia até aparecer o que possa realmente ser chamado de distribuição, que a partir daí poderia ser iniciada uma tendência de baixa.
Com isso, nota-se que a teoria 2 pode ser considerada como errada por que ao sair de uma acumulação e iniciar uma tendência de alta, já se estaria buscando por distribuição. A não ser que esteja se referindo apenas aos finais de tendências, aí sim faria sentido; mas geralmente são muitas correções de vários graus formadas em uma tendência, no mínimo duas até que ela chegue ao fim, que seria o momento ideal de acontecer uma DISTRIBUIÇÃO. É importante também lembrar que em uma tendência, qualquer que seja a correção, simples ou complexa, ela não desfaz o canal desse movimento, apenas dita seu alargamento e amplitude máxima da frequência até que se complete e faça a reversão.
Identificando uma acumulação em tendência de baixa (padrão Wyckoff)
Para identificar uma verdadeira acumulação em final de tendência, é preciso utilizar a abordagem desenvolvida por Richard D. Wyckoff, compreender e analisar o gráfico com base na conhecida Teoria de Wyckoff, que ajudará na identificação fases de acumulação e distribuição no mercado financeiro. Aqui estão alguns dos princípios fundamentais de Wyckoff para identificar uma fase de acumulação:
Análise de Preço e Volume
Wyckoff enfatiza a importância de analisar a interação entre o preço e o volume. Durante a acumulação, espera-se ver um aumento no volume à medida que ocorre a transferência de ativos das mãos mais fracas para as mãos mais fortes (compradores institucionais, por exemplo).
Fases de Acumulação
Wyckoff descreve várias fases dentro do processo de acumulação. Inicialmente, há uma fase de "Venda Climax", onde ocorre uma forte queda de preços. Isso é seguido por uma fase de "Teste" em que os preços voltam a testar os mínimos anteriores, mas o volume diminui. A fase de "Síndrome de Mão Fraca" ocorre quando os preços se movem para cima, mas ainda encontram resistência.
Marcas de Acumulação
Durante a acumulação, pode haver períodos em que os preços permanecem relativamente estáveis, formando um range ou uma faixa lateral. Este é frequentemente referido como "Trading Range". Wyckoff observou que, mesmo dentro do Trading Range, há sinais de acumulação, como a diminuição do volume durante os testes e uma relativa estabilidade nos preços.
Confirmação do Rompimento
O rompimento do Trading Range para cima é considerado um sinal de que a acumulação foi concluída e que uma nova tendência de alta pode começar. Esse rompimento deve ser acompanhado por um aumento no volume, validando a mudança de mãos dos investidores mais fracos para os mais fortes.
Para aplicar a Teoria de Wyckoff, é importante estudar padrões específicos, como o "Wyckoff Spring" (mola de Wyckoff) e o "Wyckoff Upthrust" (apelo de Wyckoff), que são padrões associados à fase de acumulação. O estudo desses padrões e o acompanhamento do volume são componentes essenciais para identificar e confirmar uma acumulação de acordo com os princípios de Wyckoff.
!Confira esses padrões Wyckoff de acumulação no próximo item.
Padrões de preço e volume da teoria de Wyckoff na acumulação
A Teoria de Wyckoff descreve várias fases no processo de acumulação, cada uma com características específicas. Aqui estão as principais fases de Wyckoff relacionadas à acumulação:
Fase de Venda Climax (CL)
Inicia-se com uma forte queda nos preços, muitas vezes causada por uma venda em massa. O volume aumenta consideravelmente durante essa queda. Esse movimento excessivo para baixo indica que muitos participantes do mercado estão vendendo.
Teste (T)
Após a fase de Venda Climax, ocorre um teste no qual os preços retornam à área do Venda Climax, mas o volume diminui. Esse teste verifica se há mais pressão de venda e se os compradores mais fortes estão dispostos a intervir.
Síndrome dos Fracos (ST)
Nesta fase, os preços começam a subir, mas ainda encontram resistência. O volume pode diminuir à medida que os participantes menos comprometidos ou "fracos" vendem suas posições. Esse processo indica que os vendedores mais fracos estão sendo absorvidos pelos compradores mais fortes.
Acumulação (ACCUM)
Durante essa fase, ocorre a consolidação dos preços em uma faixa lateral ou trading range. Os preços permanecem relativamente estáveis, e o volume diminui. Esta é a fase em que os compradores mais fortes estão acumulando ativos, absorvendo as ofertas de venda remanescentes.
Teste Final (Last Point of Support - LPS)
Antes do rompimento para cima, pode ocorrer um último teste nos mínimos do trading range. Se os preços conseguirem se manter acima desse nível com volume relativamente baixo, isso sugere que a acumulação está completa.
Romper para Cima (Upthrust After Distribution - UTAD)
O rompimento para cima do trading range marca o início de uma nova tendência de alta. É importante que esse rompimento seja acompanhado por um aumento no volume, validando a mudança de mãos dos investidores mais fracos para os mais fortes.
Estas são as fases essenciais de Wyckoff para compreender o ciclo de acumulação.
Identificando uma distribuição em tendência de alta (padrão Wyckoff)
A identificação de uma fase de distribuição com base na Teoria de Wyckoff envolve observação cuidadosa de padrões de preço e volume no mercado. Aqui estão os passos principais para identificar uma distribuição com base nos princípios de Wyckoff:
Fase de Aumento Climático (CO)
O processo de distribuição muitas vezes começa com uma fase de aumento climático, indicada por um aumento significativo no volume enquanto os preços estão subindo. Esse aumento pode refletir uma demanda mais forte temporária.
Teste (T)
Após a fase de aumento climático, ocorre um teste, durante o qual os preços retornam à área do aumento climático. O volume durante esse teste é observado para avaliar se os vendedores estão emergindo.
Síndrome dos Fortes (ST)
Nesta fase, os preços começam a cair, indicando que os vendedores mais fortes estão vendendo ativos. O volume pode diminuir, sugerindo que a pressão de venda está diminuindo, mas os preços ainda estão sendo mantidos.
Distribuição (DISTRIB)
Durante esta fase, os preços geralmente entram em um trading range ou faixa lateral, indicando uma consolidação. O volume diminui ainda mais, refletindo uma diminuição geral na atividade do mercado. Este é um sinal de que os compradores mais fracos estão sendo substituídos pelos vendedores mais fortes.
Teste Final (Last Point of Supply - LPS)
Antes do rompimento para baixo, pode ocorrer um último teste nos máximos do trading range. Se os preços não conseguirem se manter acima desse nível e caírem com volume relativamente baixo, isso sugere que a distribuição está completa.
Rompimento para Baixo (Sign of Weakness - SOS)
O rompimento para baixo do trading range marca o início de uma nova tendência de baixa. Um aumento no volume durante esse rompimento confirma a mudança de compradores mais fortes passando o controle do mercado para os vendedores mais fortes.
Observar esses padrões e eventos no contexto da Teoria de Wyckoff pode ajudar os traders a identificar possíveis fases de distribuição. É importante lembrar que a interpretação de padrões pode variar, e a aplicação bem-sucedida da Teoria de Wyckoff muitas vezes requer prática e experiência.
Padrões de preço e volume da teoria de Wyckoff na distribuição
A Teoria de Wyckoff identifica várias fases no processo de distribuição, cada uma com características específicas. Aqui estão as principais fases de Wyckoff relacionadas à distribuição:
Fase de Aumento Climático (CO)
Inicia-se com um aumento acentuado nos preços, muitas vezes acompanhado por um aumento significativo no volume. Esse movimento ascendente reflete uma demanda temporária mais forte.
Teste (T)
Após a fase de aumento climático, ocorre um teste, durante o qual os preços retornam à área do aumento climático. Durante esse teste, o volume é observado para avaliar se os vendedores estão emergindo.
Síndrome dos Fortes (ST)
Nesta fase, os preços começam a cair, indicando que os vendedores mais fortes estão vendendo ativos. O volume pode diminuir, sugerindo que a pressão de venda está diminuindo, mas os preços ainda estão sendo mantidos.
Distribuição (DISTRIB)
Durante esta fase, os preços geralmente entram em um trading range ou faixa lateral, indicando uma consolidação. O volume diminui ainda mais, refletindo uma diminuição geral na atividade do mercado. Esta é uma indicação de que os compradores mais fracos estão sendo substituídos pelos vendedores mais fortes.
Teste Final (Last Point of Supply - LPS)
Antes do rompimento para baixo, pode ocorrer um último teste nos máximos do trading range. Se os preços não conseguirem se manter acima desse nível e caírem com volume relativamente baixo, isso sugere que a distribuição está completa.
Rompimento para Baixo (Sign of Weakness - SOS)
O rompimento para baixo do trading range marca o início de uma nova tendência de baixa. Este movimento deve ser confirmado por um aumento no volume, indicando uma mudança dos compradores mais fortes passando o controle do mercado para os vendedores mais fortes.
Estas são as fases gerais da Teoria de Wyckoff no processo de distribuição.
!Esperar por esses padrões específicos de formação de preço e volume no forex pode reduzir suas oportunidades de trade, e nem sempre esses padrões são exatamente nos formatos descritos.
Conclusão
Então, sabendo o conceito de cada tipo de range, para identificar se o preço de um ativo está em ACUMULAÇÃO ou DISTRIBUIÇÃO, é necessário analisar primeiramente a TENDÊNCIA clara do preço, aguardar a formação de um RANGE, analisar o comportamento do VOLUME e o PRICE ACTION (ação do preço) por que de repente, mesmo a análise prévia estando correta, esse range pode ter o nome alterado conforme a ação do preço, ou seja, o que antes era uma ACUMULAÇÃO, justificada pela ação do preço, poderá se tornar uma DISTRIBUIÇÃO.
Exemplo de análise para melhor entendimento sobre a alteração da nomenclatura do range com base no PRICE ATION:
Supõe-se que um determinado ativo esteja claramente em tendência de baixa, houve a formação de um range que inicialmente foi nomeado de DISTRIBUIÇÃO. Aqui certamente o preço deveria fazer o rompimento do range para baixo, mas também entende-se que o mercado é complexo e que pode reverter o movimento da tendência anterior. Depois de um tempo, esse range ficou mais amplo e finalmente fez rompimento verdadeiro para cima, revertendo o direcionamento prévio em que estava. Sendo assim, essa DISTRIBUIÇÃO passa agora a se chamar ACUMULAÇÃO.
É por isso que a nomenclatura de um range pode mudar repentinamente, mesmo que não tenha havido erro algum na identificação inicial, e isso pode ser feito simplesmente com PRICE ACTION puro.
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